06-01-2017, 08:33 PM
Eu diria que parte disso é certo, que parte disso é complicado, e que parte disso é exagero.
Como existe ideologia TERF em vários espaços de mulheres/de lésbicas, eu não duvido que parte da pressão para se identificarem como lésbicas/com "alinhamento feminino" venha daí. Já vi algumas TERFs não-binárias também, que provavelmente eram lésbicas.
E aí é claro que há pessoas que não querem perder sua rede de suporte em espaços de mulheres/de lésbicas ou similares; até porque ser NB (ou até mesmo um homem trans) não é algo bem compreendido ou uma identidade comum mesmo dentro de espaços queer/LGBTQIAP+, o que pode deixar alguém sem comunidade caso rejeite sua "identidade anterior" completamente. É por isso também que existem vários homens trans "destransicionados" em comunidades de TERFs.
Como qualquer caso de coerção, é possível que a pessoa não esteja fazendo por ser cissexista (como em "posso ser lésbica porque sou do ~sexo feminino~ mesmo sendo NB"), mas sim porque a pessoa não vê mal em parcialmente se identificar com seu gênero designado, especialmente em uma comunidade que vai a acolher mais dessa maneira, como em "eu sempre me identifiquei como mulher sem problemas, acho que simplesmente sou demimulher" ou "não quero dizer que não sou mulher só porque não preencho estereótipos de mulher, isso deve fazer parte de misoginia internalizada, pra não prejudicar minhas crenças feministas vou continuar meio que me identificando como mulher".
E, além de cissexismo, é bom falar sobre a homonormatividade na comunidade LGBTQIAP+, onde, mesmo que ser trans/NB seja algo mais incompreendido e invisível na sociedade do que ser gay/lésbica, as pessoas reclamam mais de como relacionamentos héteros são opressivos/nojentos/apelativos para a sociedade hétero/traição contra a comunidade LG do que do quanto é ruim ficar prese em alguma identidade que não parece mais certa para a conveniência de outres.
E essa mesma homonormatividade também faz com que as pessoas não queiram se identificar com identidades mais específicas/inclusivas de pessoas não-binárias (proqua, woma, min, etc.), ou com identidades multi (bi, poli, pan, omni), ou até mesmo queer.
Daí tem gente que... pode realmente sentir conexão com feminilidade/com o gênero feminino e ter atração exclusiva por pessoas que sentem o mesmo, sem nenhuma pressão.
Não é bom encarar pessoas de alguma orientação/gênero como sempre sendo mentes fechadas, exorsexistas, monosexistas, cissexistas, transmisóginas, etc. Você não tem como saber seus motivos só pela identificação, por mais que exista chance de que o motivo seja problemático.
E, desde que a pessoa não tenha uma ideologia discriminatória ("pessoas com vaginas podem ser lésbicas!!! pessoas com pênis não!!!" e etc.), não há problemas em aceitar a identidade de alguém sem questionamentos.
Como existe ideologia TERF em vários espaços de mulheres/de lésbicas, eu não duvido que parte da pressão para se identificarem como lésbicas/com "alinhamento feminino" venha daí. Já vi algumas TERFs não-binárias também, que provavelmente eram lésbicas.
E aí é claro que há pessoas que não querem perder sua rede de suporte em espaços de mulheres/de lésbicas ou similares; até porque ser NB (ou até mesmo um homem trans) não é algo bem compreendido ou uma identidade comum mesmo dentro de espaços queer/LGBTQIAP+, o que pode deixar alguém sem comunidade caso rejeite sua "identidade anterior" completamente. É por isso também que existem vários homens trans "destransicionados" em comunidades de TERFs.
Como qualquer caso de coerção, é possível que a pessoa não esteja fazendo por ser cissexista (como em "posso ser lésbica porque sou do ~sexo feminino~ mesmo sendo NB"), mas sim porque a pessoa não vê mal em parcialmente se identificar com seu gênero designado, especialmente em uma comunidade que vai a acolher mais dessa maneira, como em "eu sempre me identifiquei como mulher sem problemas, acho que simplesmente sou demimulher" ou "não quero dizer que não sou mulher só porque não preencho estereótipos de mulher, isso deve fazer parte de misoginia internalizada, pra não prejudicar minhas crenças feministas vou continuar meio que me identificando como mulher".
E, além de cissexismo, é bom falar sobre a homonormatividade na comunidade LGBTQIAP+, onde, mesmo que ser trans/NB seja algo mais incompreendido e invisível na sociedade do que ser gay/lésbica, as pessoas reclamam mais de como relacionamentos héteros são opressivos/nojentos/apelativos para a sociedade hétero/traição contra a comunidade LG do que do quanto é ruim ficar prese em alguma identidade que não parece mais certa para a conveniência de outres.
E essa mesma homonormatividade também faz com que as pessoas não queiram se identificar com identidades mais específicas/inclusivas de pessoas não-binárias (proqua, woma, min, etc.), ou com identidades multi (bi, poli, pan, omni), ou até mesmo queer.
Daí tem gente que... pode realmente sentir conexão com feminilidade/com o gênero feminino e ter atração exclusiva por pessoas que sentem o mesmo, sem nenhuma pressão.
Não é bom encarar pessoas de alguma orientação/gênero como sempre sendo mentes fechadas, exorsexistas, monosexistas, cissexistas, transmisóginas, etc. Você não tem como saber seus motivos só pela identificação, por mais que exista chance de que o motivo seja problemático.
E, desde que a pessoa não tenha uma ideologia discriminatória ("pessoas com vaginas podem ser lésbicas!!! pessoas com pênis não!!!" e etc.), não há problemas em aceitar a identidade de alguém sem questionamentos.