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Exclusivismo não-monogamia
#1
Já aconteceu de discutir duas vezes, com pessoas diferentes, sobre o que seria não-monogamia, e acredito que ambas situações foi defendido uma posição exclusivista.

É um pouco difícil dizer exatamente o que essas pessoas defendem como não-monogamia (até porque acho que elas não defendem a mesma coisa), mas a ideia central seria dizer que a monogamia possui alegadamente muitos aspectos, como "ter certo controle entre es parceires", "ter um casal principal" etc..
De modo que um trisal fechado não seria monogâmico (por ser fechando, e por isso, alega-se ter certo controle), e um relacionamento aberto, onde tem um 'casal principal', mas as pessoas ainda estão livres para ter outros casos, também seria monogâmico por ter um casal principal.

Outra pessoa defendeu ainda mais coisas, que não me recordo totalmente, mas coisas como uma pessoa não-monogamia não pode nem ter uma orientação (meio que deveriam ser pans) e nem pode dividir os relacionamentos entre romântico/sexual etc. Pois tudo isso ainda estaria logado dentro de um sistema monogâmico.

Essa, inclusive, criticou uma pessoa por se dizer "não-monogâmica e hétero". Já a outra, ao menos, disse que não iria querer reclamar de quem usa o rótulo não-mono, mesmo que na opinião dela não faça sentido em muitos casos.

Acredito que essas são posições bem exclusivistas. As vezes querendo pegar o caso pessoal e aplicar a outras pessoas (com falas como "se alguém num trisal já consegue amar mais que uma pessoa, então pq ter um relacionamento fechado?".)

Claro que é possível que pessoas em um relacionamento não-monogâmico, pode esta sim, por viver numa sociedade onde monogamia é tratada como norma, está reproduzindo espectro da monogamia sem nem perceber. Só que nem sempre é o caso, assumir isso, é desqualificar muitas outras experiências.

Vou fazer comparações com outros casos que acho que tem exclusivismo em outra situações. (Deixarei em spoiler, pois mesmo estando no tópico opressão, o tema fala apenas de não-monogamia)


Obs.: Atualmente, não vejo problemas em fazer esse tipo de comparações. Mas caso alguém acredita que seja problemático, pode dizer o motivo, e eu posso mudar de ideia.
O objetivo não é dizer sobre o que é pior ou algo assim, só para dizer que são discursos com lógica semelhantes.







Você concordam que esses discursos são exclusivistas? Qual uma boa forma de combater esse tipo de discurso?
(Vendo o texto todo, ficou mais londo do que eu imagina)
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#2
não acho que pessoas são monogâmicas por não praticarem anarquia relacional, mas percebo diferença entre exclusão da categoria nm por práticas que contribuem com a amatonorma e retórica monossexista, alossexista ou exorsexista. sei lá, não parece que tem aquele tom de "você não é oprimide", é mais "você não comprou direito a ideologia".

mas pode ser só minha impressão.

enfim, pessoal deveria cunhar antimonogamia ou coisa parecida como essa não monogamia "estrita" e deixar a categoria nm pra todes que não são estritamente monogâmiques, mesmo que sejam trisais fechados ou casais de relacionamento aberto ou etc.. não é como se esses relacionamentos fossem consagrados pelas normas, mesmo quando são tóxicos
let’s just drive into the sunset *
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#3
(13-03-2024, 10:42 AM)mistério escreveu: sei lá, não parece que tem aquele tom de "você não é oprimide", é mais "você não comprou direito a ideologia".

Até que faz sentido. Mas talvez muitas falas que dei exemplo também pode ser sobre "você não comprou direito a ideologia", dependendo de quem e como fala.

São coisas um pouco difícil de separar, já que, a ideia é justamente falar que "a monogamia é a normal, você seguir ela estar dentro da norma, então não é oprimide (ou ao menos tem algum benefício)". Ou até falar, se você é monogâmique, você é opressore (com a ideia que todo relacionamento "monogâmico" tem intrincicamente a ideia de controle, então se você faz parte de um, você está controlando alguém, e assim oprimido elu).

Mas realmente, acho que elas aceitam que talvez pessoas "não totalmente monogamiacas" podem ser oprimidas tanto quanto uma "não-monogamica".


Outro problema que existe, acabei não colocando no meu texto original, foi uma pessoa que disse que existe dois extremos "monogamia" e "não-monogamia", e tem um espectro no meio.
Isso parece não fazer sentido, pq a diversidade de opções não-monogamicas não pode ser simplismente colocada no meio de dois tipos de relacionamentos.

Cunhar temos como antimonogamia, realmente é uma boa!
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