01-11-2016, 05:17 PM
NEM HOMEM NEM MULHER! ELA É NÃO BINÁRIO feat HUGO NASCK (este vídeo está no perfil da Mandy Candy)
+ Clarificação sobre apresentação ser diferente de gênero;
+ Não chamou identidades de outras culturas de não-binárias/trans, o que é bem raro!
+ Deixou claro que não ter preferência por pronome é algo dela, que varia de pessoa para pessoa.
+ A questão do banheiro é interessante, muitas pessoas não pensam nisso.
+/- Apesar de todos os pontos negativos abaixo, eu gostaria que o vídeo continuasse. Achar curto é um ponto positivo porque eu queria mais, mas é um ponto negativo porque não pareceu longo o suficiente. D:
- Não deixou claro que apresentação =/= gênero que você passa. Você pode querer se apresentar de forma andrógina e ser viste como homem, ou querer se apresentar como homem e ser viste como mulher, por exemplo. Fora que pessoas diferentes podem ter conceitos diferentes sobre o que é ter uma apresentação masculina, feminina, andrógina, neutra, etc.
- Pessoas não-binárias podem se identificar como trans, mas não é muito legal encorajar o binário cis/trans quando certas pessoas não-binárias não querem se identificar como trans.
-? Não tenho certeza se é ok chamar indígenas brasileires de índios, e não quero ignorar isso só por não ter certeza...
- ...Mas indígenas da América do Norte realmente não gostam de serem chamados de índios, afaik.
- Também não é legal falar de diversos povos, com sistemas de gêneros diferentes, como ~indígenas americanes~? Eu lembro de ver povos com três gêneros ao invés de cinco, por exemplo. E dois espíritos é um termo que está sendo adotado por muitas tribos, mas não é algo tão uniforme.
- Não estamos vivendo há milhares de anos em uma mesma sociedade, muito menos temos como saber se sociedades onde só existem gêneros binários eram comuns. Existem indícios de gêneros que não eram o masculino ou o feminino na Mesopotâmia e no Egito Antigo, e, na Grécia Antiga, haviam deuses que não eram homens ou mulheres, então é possível que aceitassem pessoas que fossem assim também.
É importante deixar claro que tanto arqueólogues quanto pessoas na academia repetidamente apagam a existência de pessoas LGBTQIAP+ em geral, não importa o quanto fosse normal ter relacionamentos com o mesmo gênero ou o quanto variância de sexo e gênero sempre tenha aparecido na história humana.
- Não é muito legal associar pronomes com gêneros, porque você está encorajando pessoas a darem gêneros para pronomes, dessa forma. Eu sei que às vezes é bem complicado listar tudo, especialmente em relação a títulos ou palavras mais flexíveis, mas dizer "pronome ela" e "pronome ele" não é tão complicado.
- É necessário colocar tanta ênfase no quanto isso é ~novo~ e ~confuso~? :/
- Estereótipo do homem usando maquiagem e saia que vai invadir espaços femininos, yikes. Protip: duvido que alguém que não esteja fazendo uma piada transmisógina realmente faça isso. De qualquer forma, por que vão direto para a suposição de que a pessoa está fingindo ser de outro gênero, e não para a suposição de que a pessoa é mulher/não-binária e não sabe se expressar direito em relação a isso?
- Dados os altos índices de violência transmisógina que temos, eu realmente não tenho certeza de que encorajar uma pessoa trans que não passa como mulher a ir no banheiro masculino é uma boa ideia? O____O
- Sem menção (explícita) de:
Eu acho que, apesar das falhas - que são bastante até, mas que não são tão gritantes no geral - esse é um vídeo importante, porque tem pouca gente falando sobre o que é ser não-binárie. Ainda assim, acho que o vídeo poderia ter um pouco mais de conteúdo.
Também não sei se conto tokenismo como uma falha. Tipo, ao menos não me pareceu que a ideia é validar gêneros não-binários baseando-se em outras culturas também tendo mais de dois gêneros, mas é suspeito que isso tome tanto tempo do vídeo, quando poderiam falar de como existem gêneros não-binários na cultura ocidental faz décadas, ou explicar mais coisas sobre gêneros não-binários, linguagem, etc.
Análise Apimentada - A Garota Dinamarquesa feat. Hugo Nasck | Co-op Geeks
Eu não assisti o filme, e o review não vai muito a fundo (é bem curto), mas é importante terem também vozes brasileiras dizendo que esse filme não é pra ser tão venerado como progressivo quanto é.
VICIADA EM DESCONTRUÇÃO [sic]
O propósito do vídeo é interessante, mas... ele parece estar trabalhando em cima de suposições errôneas, ou ao menos em cima de um contexto diferente do meu.
1) "Fazer textão" não é algo pra pessoa com quem você está discutindo. É para mostrar para uma audiência em dúvida que seus argumentos são bons, além de desabafar.
2) Pessoas trans geralmente não reclamam de pessoas cis transfóbicas porque querem ficar com elas, e sim porque é foda ver pessoas essencialmente invalidando seu gênero e chamando de preferência pessoal/o jeito que as coisas são. Pessoas gays especificamente adoram dizer que sua atração é por genitália e que quem diz o contrário está sendo heterosexista, sendo que isso deixa implícito que, por exemplo, lésbicas possuem atração por homens trans, o que essencialmente diz que homens trans são basicamente mulheres.
É importante apontar que você não está vendo a genitália de alguém quando sente atração, que dizer que não namora pessoas trans no geral é cissexismo (quem disse que a pessoa trans tem a genitália ~do sexo oposto~?), e que repulsa pode muitas vezes ser causada pela associação dicissexista de pênis com homem e vagina com mulher, que é algo que deve ser trabalhado na sociedade.
Agora, fora esses pontos? Yeah, está certo, você não precisa de validação cis, você tem que cuidar da sua saúde mental antes de qualquer coisa, e pessoas não vão mudar suas opiniões se não quiserem.
+ Clarificação sobre apresentação ser diferente de gênero;
+ Não chamou identidades de outras culturas de não-binárias/trans, o que é bem raro!
+ Deixou claro que não ter preferência por pronome é algo dela, que varia de pessoa para pessoa.
+ A questão do banheiro é interessante, muitas pessoas não pensam nisso.
+/- Apesar de todos os pontos negativos abaixo, eu gostaria que o vídeo continuasse. Achar curto é um ponto positivo porque eu queria mais, mas é um ponto negativo porque não pareceu longo o suficiente. D:
- Não deixou claro que apresentação =/= gênero que você passa. Você pode querer se apresentar de forma andrógina e ser viste como homem, ou querer se apresentar como homem e ser viste como mulher, por exemplo. Fora que pessoas diferentes podem ter conceitos diferentes sobre o que é ter uma apresentação masculina, feminina, andrógina, neutra, etc.
- Pessoas não-binárias podem se identificar como trans, mas não é muito legal encorajar o binário cis/trans quando certas pessoas não-binárias não querem se identificar como trans.
-? Não tenho certeza se é ok chamar indígenas brasileires de índios, e não quero ignorar isso só por não ter certeza...
- ...Mas indígenas da América do Norte realmente não gostam de serem chamados de índios, afaik.
- Também não é legal falar de diversos povos, com sistemas de gêneros diferentes, como ~indígenas americanes~? Eu lembro de ver povos com três gêneros ao invés de cinco, por exemplo. E dois espíritos é um termo que está sendo adotado por muitas tribos, mas não é algo tão uniforme.
- Não estamos vivendo há milhares de anos em uma mesma sociedade, muito menos temos como saber se sociedades onde só existem gêneros binários eram comuns. Existem indícios de gêneros que não eram o masculino ou o feminino na Mesopotâmia e no Egito Antigo, e, na Grécia Antiga, haviam deuses que não eram homens ou mulheres, então é possível que aceitassem pessoas que fossem assim também.
É importante deixar claro que tanto arqueólogues quanto pessoas na academia repetidamente apagam a existência de pessoas LGBTQIAP+ em geral, não importa o quanto fosse normal ter relacionamentos com o mesmo gênero ou o quanto variância de sexo e gênero sempre tenha aparecido na história humana.
- Não é muito legal associar pronomes com gêneros, porque você está encorajando pessoas a darem gêneros para pronomes, dessa forma. Eu sei que às vezes é bem complicado listar tudo, especialmente em relação a títulos ou palavras mais flexíveis, mas dizer "pronome ela" e "pronome ele" não é tão complicado.
- É necessário colocar tanta ênfase no quanto isso é ~novo~ e ~confuso~? :/
- Estereótipo do homem usando maquiagem e saia que vai invadir espaços femininos, yikes. Protip: duvido que alguém que não esteja fazendo uma piada transmisógina realmente faça isso. De qualquer forma, por que vão direto para a suposição de que a pessoa está fingindo ser de outro gênero, e não para a suposição de que a pessoa é mulher/não-binária e não sabe se expressar direito em relação a isso?
- Dados os altos índices de violência transmisógina que temos, eu realmente não tenho certeza de que encorajar uma pessoa trans que não passa como mulher a ir no banheiro masculino é uma boa ideia? O____O
- Sem menção (explícita) de:
- gêneros não-binários específicos;
- neopronomes;
- como descobrir o pronome de uma pessoa não-binária (dá pra tentar ver o perfil, se não for perguntar diretamente);
- que linguagem no português não é só pronome, ao contrário da língua inglesa.
Eu acho que, apesar das falhas - que são bastante até, mas que não são tão gritantes no geral - esse é um vídeo importante, porque tem pouca gente falando sobre o que é ser não-binárie. Ainda assim, acho que o vídeo poderia ter um pouco mais de conteúdo.
Também não sei se conto tokenismo como uma falha. Tipo, ao menos não me pareceu que a ideia é validar gêneros não-binários baseando-se em outras culturas também tendo mais de dois gêneros, mas é suspeito que isso tome tanto tempo do vídeo, quando poderiam falar de como existem gêneros não-binários na cultura ocidental faz décadas, ou explicar mais coisas sobre gêneros não-binários, linguagem, etc.
Análise Apimentada - A Garota Dinamarquesa feat. Hugo Nasck | Co-op Geeks
Eu não assisti o filme, e o review não vai muito a fundo (é bem curto), mas é importante terem também vozes brasileiras dizendo que esse filme não é pra ser tão venerado como progressivo quanto é.
VICIADA EM DESCONTRUÇÃO [sic]
O propósito do vídeo é interessante, mas... ele parece estar trabalhando em cima de suposições errôneas, ou ao menos em cima de um contexto diferente do meu.
1) "Fazer textão" não é algo pra pessoa com quem você está discutindo. É para mostrar para uma audiência em dúvida que seus argumentos são bons, além de desabafar.
2) Pessoas trans geralmente não reclamam de pessoas cis transfóbicas porque querem ficar com elas, e sim porque é foda ver pessoas essencialmente invalidando seu gênero e chamando de preferência pessoal/o jeito que as coisas são. Pessoas gays especificamente adoram dizer que sua atração é por genitália e que quem diz o contrário está sendo heterosexista, sendo que isso deixa implícito que, por exemplo, lésbicas possuem atração por homens trans, o que essencialmente diz que homens trans são basicamente mulheres.
É importante apontar que você não está vendo a genitália de alguém quando sente atração, que dizer que não namora pessoas trans no geral é cissexismo (quem disse que a pessoa trans tem a genitália ~do sexo oposto~?), e que repulsa pode muitas vezes ser causada pela associação dicissexista de pênis com homem e vagina com mulher, que é algo que deve ser trabalhado na sociedade.
Agora, fora esses pontos? Yeah, está certo, você não precisa de validação cis, você tem que cuidar da sua saúde mental antes de qualquer coisa, e pessoas não vão mudar suas opiniões se não quiserem.