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Pesquisa xenogênero de 2023
#1
Livro 
Eu só soube da publicação deste resultado agora pouco, por isso que não publiquei antes. Mas a proposta é importante e os resultados foram interessantes:

https://www.tumblr.com/the-xenogender-su...ey-results

Planilha com termos mais usados (havia encorajamento para cada pessoa listar todos os aplicáveis): https://docs.google.com/spreadsheets/d/1...edit?gid=0

Infelizmente, pelas opções de privacidade que a pessoa dona do blog escolheu, pode ficar difícil de acessar as informações sem uma conta no Tumblr. Mas são basicamente estas:

0. 120 de 160 respostas foram consideradas utilizáveis.

1. "Você tem uma identidade de gênero primária?" 80 responderam sim, 35 responderam que não.

2. As identidades de gênero primárias mais listadas foram não-binárie (7), genderqueer (6), agênero (4), gênero-fluido (4) e homem trans (4).

3. As identidades xenogênero mais comuns a serem listadas como identificadores pessoais foram gênero-gate (19), fictogênero (14), autigênero (8), pupgender (7), gênero-estrela (7), glitchgender (6), xenogênero por si só (6), bungender (5), chaosgender (5), demongender (5) e gênero-estática (5).

4. 96 pessoas responderam que também são de identidades fora do guarda-chuva xenogênero. 10 pessoas responderam que não se identificam com outros termos.

5. As identidades mais comuns em questão foram não-binárie (33), transmasculine (25), agênero (21), gênero-fluido (15), genderqueer (13), transgênero (11), bigênero (7), homem-fluxo (7), homem (7), demimulher (6) e gênero-vácuo (6).

6. Ao falar sobre a própria identidade de gênero online, 41 pessoas colocam ênfase igual tanto no aspecto xenogênero de suas identidades quanto em outras identidades, 39 pessoas enfatizam aspectos não xenogênero, 16 enfatizam aspectos xenogênero, 8 não falam sobre as próprias identidades de gênero online e 3 responderam que não possuem aspectos de identidades de gênero além de ser xenogênero.

7. Ao falar sobre a própria identidade de gênero em espaços físicos, 74 pessoas colocam mais ênfase em aspectos não xenogênero de suas identidades, 31 não falam sobre a própria identidade de gênero em espaços físicos, 3 pessoas enfatizam seus aspectos xenogênero, 3 pessoas colocam ênfase igual em ambos os lados e 2 responderam que não possuem aspectos de identidades de gênero além de ser xenogênero.

8. Ao pensar de forma privada na própria identidade de gênero, 54 pessoas colocam ênfase igual nos aspectos xenogênero e não xenogênero de suas identidades, 31 enfatizam aspectos xenogênero, 20 enfatizam aspectos não xenogênero e 3 responderam que não possuem aspectos de identidades de gênero além de ser xenogênero.

9. 89 pessoas aceitam tanto neopronomes quanto pronomes presentes na língua padrão, 7 pessoas aceitam apenas neopronomes e 5 pessoas não aceitam neopronomes.

10. Entre os neopronomes, 81 pessoas aceitam pronomes que só foram feitos para ser alternativos/não-binários sem conotações específicas (como xe/xem, ve/ver ou it/its, que aqui é contado como neopronome), 73 pessoas aceitam pronomes ligados a substantivos (como voi/void ou kit/kits), 14 pessoas aceitam emojis como pronomes, 10 pessoas aceitam pronomes de outras línguas (em comparação com a que está sendo falada), 6 pessoas aceitam pronomes usados em línguas antigas ou mortas e 1 pessoa aceita chronouns (o exemplo dado é seed/sprout/plant e a ideia é que sejam "pronomes cronológicos", mas nunca vi isso para saber explicar melhor).

11. Entre quem usa diferentes tipos de pronomes, 47 preferem um equilíbrio entre os tipos de pronomes usados, 23 preferem que seus neopronomes sejam usados, 18 não possuem preferência, 12 preferem que pronomes presentes na língua padrão sejam utilizados e 4 responderam que só aceitam neopronomes.

12. Entre os comentários dados em relação a neopronomes, quero destacar que múltiplos são sobre as pessoas em volta não usarem neopronomes.

13. 105 pessoas responderam que são neurodivergentes, 3 pessoas responderam que não sabem e 1 pessoa respondeu que não é neurodivergente.

14. 44 pessoas responderam que suas neurodivergências com certeza impactam suas identidades xenogênero, 32 pessoas responderam que suas neurodivergências influenciam parcialmente suas identidades xenogênero, 30 pessoas responderam que não têm certeza se suas neurodivergências impactam suas identidades xenogênero e 4 pessoas responderam que suas neurodivergências não impactam suas identidades xenogênero.

15. As neurodivergências mais comuns em pessoas xenogênero que as listaram foram autismo (93), ansiedade (66), depressão (63), TDAH (58) e TEPT complexo (39).

16. Algo notável sobre os comentários acerca de neurodivergência é que múltiplas respostas mencionam que autismo ajuda a interpretar o mundo de forma diferente, o que acaba influenciando senso de identidade em geral e de identidade de gênero também.


No momento, há uma pesquisa de 2025 disponível aqui para pessoas xenogênero dispostas a isso.
[-] 2 usuáries deram agradecimento a Aster por esta postagem:
  • Travest'Yvies, tropiqueer
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#2
Acabei de verificar e tb submeti minhas respostas para a pesquisa de 2025! :)

Achei super interessante pq essa pesquisa, por ser em inglês, me levou a uma reflexão incidental sobre não-neo e neoconjuntos... tipo, eu geralmente fico igualmente à vontade com o uso de they/them (considerado não-neo na pesquisa) em espaços prominentemente online ou com falantes de inglês e com uso de zy/ylz/y, x/elx/x e e/ile/ê em espaços em português... é basicamente aquela sensação de que pessoas vivendo realidades em que o idioma não se estrutura fortemente por marcação de gênero são atravessadas pela não-binaridade e/ou xeninidade de uma forma completamente diferente da nossa pq, mesmo dentro de um grupo vulnerabilizado, ainda são pessoas que possuem muito mais ferramentas linguísticas disponíveis pra expressar suas existências -- inconformes com um estabelecido (e falso) binário... inclusive me restou a dúvida se tudo fora de a/ela/a, o/ele/o (+ seus usos alternativos) e e/elu/e pode ser propriamente considerado como neoconjunto em realidades que falam português (por exemplo, meus conjuntos "x/elx/x" e "e/ile/ê"... vou passar na seção do orientando pra tirar essas dúvidas mais tarde)
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#3
É, existem essas nuances:
1. Há línguas onde o "gênero gramatical neutro" já tem um certo nível de formalização dentro da língua, o que é tanto relevante em questão de mais pessoas se sentirem à vontade para adotar quanto em questão de que pessoas que querem algo explicitamente fora do padrão vão ficar menos à vontade para usar;
2. Em línguas que não usamos tanto no dia-a-dia, acho que faz sentido não nos importarmos tanto com que elementos são utilizados... eu até tenho preferência por ae/aer na língua inglesa, mas não tenho preferências de neopronome na língua francesa, por exemplo, porque pra mim não tem aquele peso de "mas que merda, querem forçar um neutro padrão em cima da minha existência não neutra de novo".

Eu não acho que estamos num ponto onde qualquer conjunto além de a/ela/a ou o/ele/o é considerado amplamente aceito (duvido muito que quem peça -/-/- tenha seu conjunto respeitado constantemente, por exemplo), ou onde qualquer neolinguagem é normalizada. Existe sim uma pressão para optar por conjuntos mais normativos mesmo dentro da neolinguagem, mas mesmo quem pede ê/elu/e como tratamento ainda é ignorade fora de espaços muito específicos.
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