05-12-2023, 02:39 PM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez em: 05-12-2023, 02:39 PM por Aster.)
Não posso falar de uma perspectiva gay/lésbica, mas posso falar da perspectiva de alguém que muitas vezes faz material que acaba tendo que definir esses termos.
Acho que todas essas definições possuem o objetivo de serem inclusivas de lésbiques não-bináries, mas de forma que também tentam dar uma definição mais objetiva/restritiva do que "é uma pessoa que se encaixa ou que se vê se encaixando em comunidades/espaços que usam o termo". Porque existem casos como, por exemplo:
- Uma pessoa bigênero homem/mulher foi designada mulher ao nascer, e por isso passou parte de sua vida em espaços de mulheres que gostam de mulheres. Ainda que seja parcialmente homem, frequentar espaços lésbicos - onde inclusive há outras pessoas com expressões de gênero não-femininas e identidades de gênero não-binárias - ainda faz mais sentido do que ter que lidar com a ausência de comunidades diamóricas e com a ignorância acerca de termos como feminamórique ou trízique.
- Uma pessoa transmasculina não sabe se definir acerca de sua identidade de gênero. Não sabe dizer se é realmente só homem ou se gênero não faz sentido para si mas, como tem uma expressão de gênero masculina, prefere que lhe designem a categoria homem ao invés de categorias como mulher ou andrógine. Por ter atração por homens e não se importar com a simplificação de suas experiências de gênero como "homem", a pessoa se diz gay.
Como encaixar essas pessoas em definições de lésbique e gay? Podem até ser pessoas que não se importem com descrições como "atração de mulheres por mulheres" e "atração de homens por homens", mas há uma parcela da população que vai tentar invalidar ou a não-binaridade dessas pessoas ou seus "direitos" de usar os termos que usam se definições restritas forem as únicas que existirem.
Definições que incluem de forma vaga pessoas não-binárias funcionam pros dois casos que citei, mas e então como se lida com pessoas não-binárias que não querem de jeito nenhum serem encaixadas em termos com conotações binárias?
E, eu não incluí isso nos exemplos que citei, mas como ficam também as pessoas (binárias ou não) que não sentem atração por um gênero binário, mas que se atraem por pessoas não-binárias?
Daí existem dois problemas:
Então, é, eu recomendo usar definições que incluem pessoas não-binárias, mas de uma forma que seja vaga o suficiente pra não dizer nem que todas as pessoas não-binárias são inclusas e nem que nenhuma pessoa não-binária pode ser inclusa. Porque não dá pra ignorar que há um grupo grande de pessoas não-binárias que se veem nesses termos, e nem a questão dos termos não terem conotações completamente inclusivas de todas as formas de não-binaridade.
Acho que todas essas definições possuem o objetivo de serem inclusivas de lésbiques não-bináries, mas de forma que também tentam dar uma definição mais objetiva/restritiva do que "é uma pessoa que se encaixa ou que se vê se encaixando em comunidades/espaços que usam o termo". Porque existem casos como, por exemplo:
- Uma pessoa bigênero homem/mulher foi designada mulher ao nascer, e por isso passou parte de sua vida em espaços de mulheres que gostam de mulheres. Ainda que seja parcialmente homem, frequentar espaços lésbicos - onde inclusive há outras pessoas com expressões de gênero não-femininas e identidades de gênero não-binárias - ainda faz mais sentido do que ter que lidar com a ausência de comunidades diamóricas e com a ignorância acerca de termos como feminamórique ou trízique.
- Uma pessoa transmasculina não sabe se definir acerca de sua identidade de gênero. Não sabe dizer se é realmente só homem ou se gênero não faz sentido para si mas, como tem uma expressão de gênero masculina, prefere que lhe designem a categoria homem ao invés de categorias como mulher ou andrógine. Por ter atração por homens e não se importar com a simplificação de suas experiências de gênero como "homem", a pessoa se diz gay.
Como encaixar essas pessoas em definições de lésbique e gay? Podem até ser pessoas que não se importem com descrições como "atração de mulheres por mulheres" e "atração de homens por homens", mas há uma parcela da população que vai tentar invalidar ou a não-binaridade dessas pessoas ou seus "direitos" de usar os termos que usam se definições restritas forem as únicas que existirem.
Definições que incluem de forma vaga pessoas não-binárias funcionam pros dois casos que citei, mas e então como se lida com pessoas não-binárias que não querem de jeito nenhum serem encaixadas em termos com conotações binárias?
E, eu não incluí isso nos exemplos que citei, mas como ficam também as pessoas (binárias ou não) que não sentem atração por um gênero binário, mas que se atraem por pessoas não-binárias?
Daí existem dois problemas:
Então, é, eu recomendo usar definições que incluem pessoas não-binárias, mas de uma forma que seja vaga o suficiente pra não dizer nem que todas as pessoas não-binárias são inclusas e nem que nenhuma pessoa não-binária pode ser inclusa. Porque não dá pra ignorar que há um grupo grande de pessoas não-binárias que se veem nesses termos, e nem a questão dos termos não terem conotações completamente inclusivas de todas as formas de não-binaridade.