• 0 votos - 0 média
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
Gênero em animais
#1
Bora começar o ano com uma coisa polêmica. É correto colocarmos gêneros em animais, principalmente nas espécies sexuadas, onde temos a predominância de uma anatomia sexual testiculada e uma anatomia sexual ovariada?

Está claro que nossos conceitos de gênero, principalmente homem e mulher, são construções humanas. Com certeza nenhuma espécie além da humana compreende isso, embora espécies mais intelectualmente desenvolvidas como primatas chegam a ter "papeis" separados em função do sexo biológico. Se os animais têm noção de que são "macho" ou "fêmea", ou mesmo "[palavra estigmatizada diadista]", não temos como saber. Mas ainda assim penso que alimentamos a cisnormatividade no momento em que usamos linguagem o/ele/o para animais testiculados e a/ela/a para ovariados - afinal estamos impondo um gênero binário de acordo com o sexo biológico.

Sei que é um tanto difícil agora parar de usar essas linguagens nos animais. Mas pensei que uma alternativa talvez adequada dentro de tudo isso poderia ser, por exemplo, o pronome elu. Usar a linguagem -/elu/e ou e/elu/e para os animais de qualquer sexo.

E aí, o que vocês pensam disso?
O L T I E L
  Responder
#2
Eu já vi dica de colocar neopronomes em animais para se acostumar com os conjuntos. Apoio a ideia, mas isso pode não ser muito seguro, dependendo do ambiente.
  Responder
#3
Eu lembro que teve um caso de ume leãe que desenvolveu uma juba e começou a agir no papel de macho por conta da falta de machos na alcateia. Eu não sei se é uma noção de gênero parecida com a que temos, mas ao menos existem papéis associados a sexo, que possuem alguma flutuação devido à necessidade.

Acredito que animais não liguem pra linguagem, então acho que o que faria mais sentido é mesmo usar o conjunto que cada pessoa usa de forma neutra, ou deixar que cada done dê a linguagem que quiser para seus bichos e então respeitar.

Dependendo, dá até pra fazer um jogo, colocando várias folhas com pronomes, ou bolas de cores diferentes associadas com pronomes, ou algo assim, e meio que deixar cada animal "escolher". Ao menos para ter algum ato simbólico de escolha, já que animais não devem se importar por si só.
  Responder
#4
Pensei aqui agora: talvez num futuro onde desconstruímos as imposições de gênero e as classificações de linguagens (masculina, feminina e neutra), poderia ser combinado socialmente de usar conjunto o/ele/o para machos e a/ela/a para fêmeas, apenas para "facilitar".

A alternativa do pronome elu (ou algum outro) ainda soa agradável também.

É, animais não ligam mesmo para conjuntos. Claro que não podemos obrigar sues dones a adotar conjuntos. Mas acho importante falarmos disso, afinal está dentro do cissexismo.
O L T I E L
  Responder
#5
Acho que o bicho é seu, e gênero só importa pra nós humanos, então o bicho tá literalmente nem aí se você chamar elu de ele ou ela.

Só por favor , não tente forçar animais a viverem como humanos ou mudarem porque isto é crueldade. É cruel fazer mudanças de sexo em animais a menos que eles tenham alguma anormalidade sexual grave a saúde deles, da mesma forma que é cruel obrigar um animal ame ser vegano.




3905 escreveu:Eu lembro que teve um caso de ume leãe que desenvolveu uma juba e começou a agir no papel de macho por conta da falta de machos na alcateia. Eu não sei se é uma noção de gênero parecida com a que temos, mas ao menos existem papéis associados a sexo, que possuem alguma flutuação devido à necessidade.

Acredito que animais não liguem pra linguagem, então acho que o que faria mais sentido é mesmo usar o conjunto que cada pessoa usa de forma neutra, ou deixar que cada done dê a linguagem que quiser para seus bichos e então respeitar.

Dependendo, dá até pra fazer um jogo, colocando várias folhas com pronomes, ou bolas de cores diferentes associadas com pronomes, ou algo assim, e meio que deixar cada animal "escolher". Ao menos para ter algum ato simbólico de escolha, já que animais não devem se importar por si só.

3905 escreveu:Eu lembro que teve um caso de ume leãe que desenvolveu uma juba e começou a agir no papel de macho por conta da falta de machos na alcateia. Eu não sei se é uma noção de gênero parecida com a que temos, mas ao menos existem papéis associados a sexo, que possuem alguma flutuação devido à necessidade.

Acredito que animais não liguem pra linguagem, então acho que o que faria mais sentido é mesmo usar o conjunto que cada pessoa usa de forma neutra, ou deixar que cada done dê a linguagem que quiser para seus bichos e então respeitar.

Dependendo, dá até pra fazer um jogo, colocando várias folhas com pronomes, ou bolas de cores diferentes associadas com pronomes, ou algo assim, e meio que deixar cada animal "escolher". Ao menos para ter algum ato simbólico de escolha, já que animais não devem se importar por si só.



Já vi histórias de galinhas simulando o comportamento dos galos na falta dos mesmos.
  Responder
#6
Animais não contemplam gênero. Porem as noções de binário e nb, se encontram em seus sexo, comportamento, expressão/aparência... Animais também usam outros tipos de linguagens para se comunicar, que não envolve pronomes até onde sei. É uma questão complexa.
  Responder
#7
OP: ei, as linguagens que escolhemos para animais são baseadas em suas corporalidades, isso reproduz o cissexismo de assumir a linguagem baseada no corpo, que afeta pessoas que têm consciência desse cissexismo e ajuda a normalizar essa ideia por meio de animais que não vão reclamar, qual a melhor maneira de evitar isso?

respostas: uhhh animais não ligam? :/

[Imagem: miss-the-point.png]
Descrição da imagem: uma seta curva com a legenda you (você(s)), desviando de um ponto com a legenda point (ponto). Fim da descrição.

eu não sei o que seria melhor, tbh... acho que talvez normalizar usar qualquer conjunto, desde que "qualquer" não signifique só usar o "associado ao sexo"...



3912 escreveu:Pensei aqui agora: talvez num futuro onde desconstruímos as imposições de gênero e as classificações de linguagens (masculina, feminina e neutra), poderia ser combinado socialmente de usar conjunto o/ele/o para machos e a/ela/a para fêmeas, apenas para "facilitar".

ainda acho que isso não é uma ideia particularmente "desconstruída"?

a não ser que você esteja em alguma situação onde tem necessidade de separar animais por sexo (por conta de reprodução ou hábitos), não há necessidade nenhuma de diferenciação...
  Responder
#8
Animais não são sapientes, embora sencientes.
  Responder
#9
Como um tema bem recorrente no ativismo vegano, principalmente no âmbito anticapitalista, que defende e introduz uma quantidade maior de ideias não antropocentristas, posso dizer que muites já abriram o debate do uso da linguagem neutra para os animais não-humanos. A manutenção de uma diferenciação entre sexo e gênero para as espécies perpetua uma perspectiva antropocentrista e especista, uma vez que considerar o mundo deles a partir de construções sociais humanas é considerá-las mais importantes e consequentemente superiores, que ajuda a sustentar tanto as discriminações quanto os ideais de exploração e subserviência.

Pelo menos no espanhol e no português, os conjuntos de linguagem le/elle/e e ê/elu/e são utilizados. Particularmente creio que possuir um sistema de linguagem definido para eles é útil e necessário, porque, além de chamar a atenção, enfatiza a extensão do cissexismo.
  Responder


Saltar para a área:


Usuáries vendo este tópico: 2 visitante(s)