12-01-2018, 01:10 PM
(Esta mensagem foi modificada pela última vez em: 05-08-2019, 11:10 PM por Aster. Edited 1 time in total.)
Este é um conceito que acabo não encontrando muito em ambientes lusófonos porque não há muita discussão sobre questões não-binárias nestes ambientes, mas acho que é inevitável que aconteça em algum ponto. E é um conceito que partiu de discussões que estão em alta nas comunidades não-binárias anglófonas do Tumblr ultimamente.
Reducionismo de gênero é a ideia de que pessoas podem ser colocadas em duas categorias, em relação a gênero.
É algo que reforça exorsexismo e cissexismo, mas é algo específico dentro disso, assim como maldenominação é algo específico dentro de cissexismo.
Muitas pessoas - inclusive pessoas não-binárias - tentam adaptar a não-binariedade a um mundo binário de forma sutil, que até pode ser vista como progressista ou desconstruída certas vezes. Muitas vezes, quem reforça essa ideologia aceita que mulheres trans são mulheres e que homens trans são homens, ao menos na teoria, e podem até aceitar que pessoas não-binárias possuem múltiplas possibilidades de como se identificar e de como experienciar gênero. E é por isso que esse é um tipo específico de exorsexismo.
Porém, essas pessoas ainda querem empurrar a ideia de que, em relação a gênero, só existe um grupo "oprimido", relacionado a mulheres e à feminilidade, e um grupo "opressor", ligado a homens e à masculinidade.
Podem também não estar falando em relação a isso, mas ainda tentando dizer que "no fim" existem duas categorias de pessoas.
Estas são atitudes reducionistas de gênero:
- Ignorar que pessoas podem ser homens e mulheres ao mesmo tempo (ou até mesmo em tempos diferentes), negando que certas pessoas deveriam ter tanto acesso a comunidades de mulheres quanto a de homens;
- Tentar dizer que "na prática, pessoas não-binárias precisam se alinhar a um gênero binário e viver socialmente como ele", seja para justificar que orientações que cobrem pessoas não-binárias são inúteis, seja para justificar que pessoas precisam aceitar usar o/ele/o ou a/ela/a, seja para outros usos;
- Presumir que todas as pessoas não-binárias são transmasculinas, transfemininas, ou completamente sem disforia ou vontade de se separar da ideia do seu gênero designado;
- Presumir que qualquer pessoa que tenha algum tipo de relação com algum gênero binário seja "basicamente binária", devendo querer o tratamento de uma pessoa binária, sendo 100% confortável com um corpo e com uma linguagem binária, etc.;
- Presumir que qualquer pessoa não-binária que não se considere de uma identidade próxima ao gênero feminino não tenha qualquer uso para espaços feministas ou de mulheres, e que se tentarem entrar em algum estão sendo "machos predatórios", ainda que não sejam nem queiram ser reconhecidas como homens;
- Presumir que pessoas que usam o/ele/o são basicamente homens, e que pessoas usando a/ela/a são basicamente mulheres, ainda que digam que sua identidade é igualmente de ambos esses gêneros, ou que não é de nenhum desses gêneros, ou que é mais próxima do gênero "oposto" ao que foi considerado.
Resumidamente, reducionismo de gênero é uma prática:
ref.
Reducionismo de gênero é a ideia de que pessoas podem ser colocadas em duas categorias, em relação a gênero.
É algo que reforça exorsexismo e cissexismo, mas é algo específico dentro disso, assim como maldenominação é algo específico dentro de cissexismo.
Muitas pessoas - inclusive pessoas não-binárias - tentam adaptar a não-binariedade a um mundo binário de forma sutil, que até pode ser vista como progressista ou desconstruída certas vezes. Muitas vezes, quem reforça essa ideologia aceita que mulheres trans são mulheres e que homens trans são homens, ao menos na teoria, e podem até aceitar que pessoas não-binárias possuem múltiplas possibilidades de como se identificar e de como experienciar gênero. E é por isso que esse é um tipo específico de exorsexismo.
Porém, essas pessoas ainda querem empurrar a ideia de que, em relação a gênero, só existe um grupo "oprimido", relacionado a mulheres e à feminilidade, e um grupo "opressor", ligado a homens e à masculinidade.
Podem também não estar falando em relação a isso, mas ainda tentando dizer que "no fim" existem duas categorias de pessoas.
Estas são atitudes reducionistas de gênero:
- Ignorar que pessoas podem ser homens e mulheres ao mesmo tempo (ou até mesmo em tempos diferentes), negando que certas pessoas deveriam ter tanto acesso a comunidades de mulheres quanto a de homens;
- Tentar dizer que "na prática, pessoas não-binárias precisam se alinhar a um gênero binário e viver socialmente como ele", seja para justificar que orientações que cobrem pessoas não-binárias são inúteis, seja para justificar que pessoas precisam aceitar usar o/ele/o ou a/ela/a, seja para outros usos;
- Presumir que todas as pessoas não-binárias são transmasculinas, transfemininas, ou completamente sem disforia ou vontade de se separar da ideia do seu gênero designado;
- Presumir que qualquer pessoa que tenha algum tipo de relação com algum gênero binário seja "basicamente binária", devendo querer o tratamento de uma pessoa binária, sendo 100% confortável com um corpo e com uma linguagem binária, etc.;
- Presumir que qualquer pessoa não-binária que não se considere de uma identidade próxima ao gênero feminino não tenha qualquer uso para espaços feministas ou de mulheres, e que se tentarem entrar em algum estão sendo "machos predatórios", ainda que não sejam nem queiram ser reconhecidas como homens;
- Presumir que pessoas que usam o/ele/o são basicamente homens, e que pessoas usando a/ela/a são basicamente mulheres, ainda que digam que sua identidade é igualmente de ambos esses gêneros, ou que não é de nenhum desses gêneros, ou que é mais próxima do gênero "oposto" ao que foi considerado.
Resumidamente, reducionismo de gênero é uma prática:
- Muitas vezes praticada por pessoas que dizem apoiar pessoas trans e não-binárias,
- mas que são pessoas que não querem ter que lidar com relações complexas que pessoas não-binárias podem ter com o sistema cissexista de gênero,[/li]
- e que portanto tentam categorizar pessoas não-binárias como "praticamente mulheres" ou como "praticamente homens", algumas vezes associando as primeiras a "vítimas" e as segundas a "opressoras", de forma parecida com retórica radfem.
ref.