20-10-2020, 05:19 PM
(16-10-2017, 01:39 PM)mimi escreveu: concordo com a ideia de começar cedo com a ideia de gênero e de falar sobre orientação junto com saúde reprodutiva. mais especificamente:
- gênero pode ser questionado desde o ensino fundamental, desde a ideia de perguntar se as crianças realmente se veem como a sociedade vê elas, e o motivo, ainda mais que só dá pra ver diferenças por causa das roupas, não que julgar por roupas seja mais cissexista que julgar por barba/seios/etc., mas essas "diferenças biológicas óbvias" que pessoas cis adoram citar demoram pra surgir
- poderiam chamar alguém entre a 5ª e 8ª série para falar de identidades trans e não-binárias, inclusive para falar da possibilidade de bloqueadores hormonais para crianças que já se sentem inadequadas com seu gênero e que talvez possam querer fazer transição hormonal no futuro
- além de falar de sexo de forma que fale sobre DSTs e não só sobre engravidar, e que fale sobre sexo não ser seguro só porque não envolve um pênis numa vagina, precisamos (como sociedade) ensinar que pessoas possuem diferentes níveis de conforto, que algumas pessoas não desejam sexo, que algumas pessoas não desejam certos tipos de sexo, que atração sexual é natural e libido também e essas duas coisas não necessariamente se alinham de forma conveniente
- e então dá pra falar sobre amor e paixão, que não tem problema se você não se apaixona, que orientação sexual e romântica não é igual pra todo mundo, que as coisas podem ser complexas e não categorizáveis ainda que existam categorias adicionais que funcionam para algumas pessoas (sensual, platônica, etc.)
eu espero que quando esse tipo de educação for norma já existam mais recursos que falem sobre gênero e orientação, para que dê para pesquisar sobre identidades e sobre experiências de pessoas com essas identidades de forma mais acessível e variada que hoje
qft
também acho que inicialmente ninguém precisa entrar em muitos rótulos específicos cedo. dizer que algumas pessoas não são meninos ou meninas, dar alguns exemplos simples como gênero-fluido, aporagênero e agênero e falar que cada pessoa pode se apaixonar por quem quiser é o suficiente pra crianças.
a questão é, quando esses rótulos começam a ser usados, lá pelos 13-15 anos, pode ser importante ter alguém na escola que ensine sobre algumas orientações e identidades de gênero comuns ou mais abrangentes, e que possa oferecer recursos para quem quiser saber mais.