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Ensino LGBTQIAP+ nas escolas
#1
Boa tarde pessoas, não sabia onde encaixar esse tópico, sorry se botei no local errado, estava pensando sobre o ensino das identidades de gênero e sexualidades nas escolas, e queria uma opinião de vocês.

Eu acredito que estes ensinos sejam fundamentais na formação de qualquer cidadão, auxiliando e conscientizando todos das diferenças que existem, e que é normal sermos diferentes uns dos outros, sem falar que reduziria a taxa de suicídio de jovens e o bullying nos entre os adolescentes, estendendo a mão e disponibilizando profissionais para auxiliarem os jovens na jornada de entenderem sua propria identidade.

Acredito que a identidade de gênero, deva ser ensinada logo na base, iniciando quando as crianças possuam uma idade de aproximadamente 6 anos de idade, e mantida até o terceiro ano do ensino médio.

Já a sexualidade, acredito essencial, o ensino a partir de 12 anos aproximadamente, quando o jovem começa a sentir atrações sexuais e descobrir a própria sexualidade, mantendo o ensino até a formação no terceiro ano do ensino médio também.

A minha questão é, quais pontos e o quão aprofundado estas questões deveriam ser abordadas nas escolas, pois crianças muito jovens não vão entender de cara se tentarmos ensinar de imediato a lista contendo todas especificações de cada sexualidade e gênero, teriamos que dosar este ensinamento, se aprofundando com o passar das séries, gostaria de saber o quão aprofundado deveria ser tratado logo no ensino fundamental, e se teria como ensinarmos tudo aos jovens até a formatura do ensino médio.

Outro ponto que acho crucial seria que as escolas tivessem profissionais da psicologia especialistas em questões LGBTQIAP+ que disponibilizassem auxilio aos estudantes que sofressem bullying ou que tenham dúvida sobre a sua própria identidade.
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#2
Sobre o lugar do tópico, essa discussão tecnicamente poderia ir em Identidades, mas acredito que pode ir aqui também, afinal ela só existe por conta da discriminação que existe contra identidades LGBTQIAPN+. :P

Sobre a questão em si... eu não sei dizer se é importante ensinar sobre orientações em si, mas como temos educação sobre como sexo e reprodução funciona por volta da 7ª série (quando estamos estudando o corpo humano), acho que pode ser importante ensinar que sexo não é necessariamente reprodutivo ou pênis + vagina, e que outras formas de sexo também podem passar doenças sexualmente transmissíveis.

Acho que em um mundo ideal teríamos uma parte da vida onde aprendemos sobre diferentes identidades relevantes, não sou psiquiatra pra dizer quando seria o momento ideal pra fazer isso mas de qualquer forma seria em uma situação ideal e não necessariamente algo que todo mundo precise saber.

O que precisam saber é que existem diversos gêneros, diversas linguagens e diversas orientações, e que há a necessidade de respeitar a identidade alheia mesmo que você não entenda como seja a experiência. No mundo atual, acredito que isso caberia mais em discussões sobre grupos marginalizados, o que infelizmente só acontece no ensino médio quando deveria começar a acontecer lá pela 5ª-6ª série, quando ainda há interesse nas aulas, IMHO.

Acho que o que falta sobre educação geral em relação a estas questões é que existem infinitas possibilidades de gêneros, e que portanto também existem infinitas possibilidades de orientações. Muitas delas tem nomes, e acho legal dar alguns exemplos, mas só dizer que "pessoas podem ser gays" ou que "pessoas podem ser trans" pode não ajudar em muitos casos, e até atrapalhar pessoas que não cabem nesses binários.

Pode ser importante trazer a normalização dessas questões não só como uma cartilha ou chamando algum grupo para falar sobre isso (embora isso já seja muito legal!), mas também trazendo filmes/séries/livros/peças que trazem diversidade, quando as turmas precisam ver alguma mídia. Também contratando professories LGBTQIAPN+, e dando exemplos em exercícios que não envolvam apenas personagens cis, hétero e perissexo.
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#3
concordo com a ideia de começar cedo com a ideia de gênero e de falar sobre orientação junto com saúde reprodutiva. mais especificamente:

- gênero pode ser questionado desde o ensino fundamental, desde a ideia de perguntar se as crianças realmente se veem como a sociedade vê elas, e o motivo, ainda mais que só dá pra ver diferenças por causa das roupas, não que julgar por roupas seja mais cissexista que julgar por barba/seios/etc., mas essas "diferenças biológicas óbvias" que pessoas cis adoram citar demoram pra surgir

- poderiam chamar alguém entre a 5ª e 8ª série para falar de identidades trans e não-binárias, inclusive para falar da possibilidade de bloqueadores hormonais para crianças que já se sentem inadequadas com seu gênero e que talvez possam querer fazer transição hormonal no futuro

- além de falar de sexo de forma que fale sobre DSTs e não só sobre engravidar, e que fale sobre sexo não ser seguro só porque não envolve um pênis numa vagina, precisamos (como sociedade) ensinar que pessoas possuem diferentes níveis de conforto, que algumas pessoas não desejam sexo, que algumas pessoas não desejam certos tipos de sexo, que atração sexual é natural e libido também e essas duas coisas não necessariamente se alinham de forma conveniente

- e então dá pra falar sobre amor e paixão, que não tem problema se você não se apaixona, que orientação sexual e romântica não é igual pra todo mundo, que as coisas podem ser complexas e não categorizáveis ainda que existam categorias adicionais que funcionam para algumas pessoas (sensual, platônica, etc.)

eu espero que quando esse tipo de educação for norma já existam mais recursos que falem sobre gênero e orientação, para que dê para pesquisar sobre identidades e sobre experiências de pessoas com essas identidades de forma mais acessível e variada que hoje
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#4
(16-10-2017, 01:39 PM)mimi escreveu: concordo com a ideia de começar cedo com a ideia de gênero e de falar sobre orientação junto com saúde reprodutiva. mais especificamente:

- gênero pode ser questionado desde o ensino fundamental, desde a ideia de perguntar se as crianças realmente se veem como a sociedade vê elas, e o motivo, ainda mais que só dá pra ver diferenças por causa das roupas, não que julgar por roupas seja mais cissexista que julgar por barba/seios/etc., mas essas "diferenças biológicas óbvias" que pessoas cis adoram citar demoram pra surgir

- poderiam chamar alguém entre a 5ª e 8ª série para falar de identidades trans e não-binárias, inclusive para falar da possibilidade de bloqueadores hormonais para crianças que já se sentem inadequadas com seu gênero e que talvez possam querer fazer transição hormonal no futuro

- além de falar de sexo de forma que fale sobre DSTs e não só sobre engravidar, e que fale sobre sexo não ser seguro só porque não envolve um pênis numa vagina, precisamos (como sociedade) ensinar que pessoas possuem diferentes níveis de conforto, que algumas pessoas não desejam sexo, que algumas pessoas não desejam certos tipos de sexo, que atração sexual é natural e libido também e essas duas coisas não necessariamente se alinham de forma conveniente

- e então dá pra falar sobre amor e paixão, que não tem problema se você não se apaixona, que orientação sexual e romântica não é igual pra todo mundo, que as coisas podem ser complexas e não categorizáveis ainda que existam categorias adicionais que funcionam para algumas pessoas (sensual, platônica, etc.)

eu espero que quando esse tipo de educação for norma já existam mais recursos que falem sobre gênero e orientação, para que dê para pesquisar sobre identidades e sobre experiências de pessoas com essas identidades de forma mais acessível e variada que hoje

qft

também acho que inicialmente ninguém precisa entrar em muitos rótulos específicos cedo. dizer que algumas pessoas não são meninos ou meninas, dar alguns exemplos simples como gênero-fluido, aporagênero e agênero e falar que cada pessoa pode se apaixonar por quem quiser é o suficiente pra crianças.

a questão é, quando esses rótulos começam a ser usados, lá pelos 13-15 anos, pode ser importante ter alguém na escola que ensine sobre algumas orientações e identidades de gênero comuns ou mais abrangentes, e que possa oferecer recursos para quem quiser saber mais.
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