06-12-2017, 03:13 PM
No Brasil, queer tem um significado ligado com academia. As pessoas que conhecem queer só se baseiam em classes (no sentido de disciplina/cadeira/aula) ou em literatura de teoria queer para dizer o que é queer. Não que eu ache que seja um identificador ruim ou inerentemente elitista, mas eu não uso por conta das pessoas em geral não entenderem que é uma identidade abrangente e com base na anti-assimilação.
IMOGA/MOGAI é um problema pela questão de alinhamento de gênero, e pela questão de ser em inglês. Se eu traduzisse, ficaria irreconhecível até para quem conhece MOGAI; se eu não traduzisse, iriam reclamar por ser uma terminologia em inglês. E, aqui, temos o problema de que "ideologia de fora" é vista como algo inaplicável no país, mesmo que seja algo tão simples como palavras que descrevem identidades sem nomear tais identidades {fora intersex(o), cuja tradução não é tão diferente da original}.
Portanto, eu fico com LGBTQIAPN+ mesmo.
Minha lógica é que a inclusão da letra Q é importante para que pessoas possam ter um lugar que não seja o + se nenhuma das identidades servir.
I e A são importantes porque as pessoas não subentendem essas identidades só com "LGBT+" (fora a possível exceção de agênero).
P e N são importantes para reconhecer o direito dessas comunidades não só de existirem, mas também de se denominarem separadamente das comunidades B e T, o que considero de extrema importância quando espaços "LGBT" em geral ou até trans especificamente são exorsexistas e/ou ignorantes pra cacete. P e N também são bônus pra dar chute na cara de quem usa "LGBTPN" e reclama do suposto exclusionismo de quem usa LGBTQIA+.
O caractere + é a parte mais importante, pois reconhece que essas não são todas as identidades inclusas, e que pessoas não precisam se encaixar em qualquer uma delas para fazer parte da comunidade.
Quanto a separatismo, acho que não leva a muita coisa. As comunidades estão frequentemente entrelaçadas. O que precisamos é de sensibilidade dentro da comunidade para que as pessoas consigam formar grupos e espaços mais inclusivos, e convivência com pessoas de várias identidades mais ajuda do que atrapalha, ainda que também sejam necessários espaços exclusivos para certas identidades ou intersecções.
Originalmente, a ideia era que fosse MOGII (Orientações e Identidades de Gênero Marginalizadas e Intersexo). A ideia de mudar para MOGAI é justamente para que mulheres cis + hétero + perissexo não fossem inclusas.
Esse "alinhamento de gênero" estava sendo utilizado de forma que o "alinhamento" seria entre o gênero designado de alguém e a identidade de gênero real de alguém. Ou seja, alguém designade mulher que seja gênero-fluido teria um "alinhamento marginalizado", porque seu gênero e seu gênero designado não estão sempre "alinhados". Mas uma mulher cis teria um "alinhamento centralizado", porque a sociedade espera que alguém que tenha sido designada como mulher seja mulher. É uma forma de dizer meio estranha, mas que buscava incluir qualquer pessoa que não se identifica com seu gênero designado.
Quanto ao comentário em si, é engraçado que consideram MOGAI algo que só inclui identidades "não LGBT de verdade". LGBT(QIAPN+) é só um conjunto de identidades diferentes cuja única coesão é sair das normas do que é esperado para cada gênero de alguma forma (espera-se que todes sejam mulheres ou homens; espera-se que todas as mulheres sintam atração frequente somente por homens e vice-versa; espera-se que todas as mulheres tenham vagina, ovários que produzem óvulos, XX, possibilidade de gravidez, seios visíveis, vozes finas, etc.; espera-se que todos os homens tenham pênis, testículos que produzem espermatozoides, vozes grossas, impossibilidade de menstruação ou de gravidez, XY, etc). A discussão aqui deveria ser o que conta como parte da norma, mas de qualquer forma é muito fácil abrir ou fechar para certos grupos.
Enquanto isso, MOGAI só diz que pessoas precisam ser marginalizadas (com a exceção de pessoas intersexo, já que "pessoas intersexo marginalizadas" é redundante). Ou seja, seria muito mais fácil argumentar "ok, mas homens não-binários que foram designados como homens e pessoas assexuais heterorromânticas não estão perdendo nada, então não são marginalizadas". Mas odeiam tanto a possibilidade de mudar suas noções ou de perder a visibilidade de suas letras que preferem inventar mentiras sobre o que MOGAI inclui - classificando filias como orientações no processo - e distorcer conceitos para que as "pessoas erradas" não sejam inclusas em uma sigla vaga e em constante mudança.
Tem gente que usa Straight com S maiúsculo, para simbolizar uma posição de poder e não simplesmente uma orientação.
Eu vejo queer sendo uma palavra utilizada no sentido de "estranhice" ocasionalmente, mas sempre que vejo "movimento queer", "cultura queer", "comunidade queer" ou "identidade queer", está sempre subentendido que estão falando de pessoas não-hétero e/ou não-cis, ainda que a inclusão de pessoas ipsogênero/poliamorosas/com fetiches varie de acordo com o conhecimento de cada ume.
Uhhh... então você é a favor de comunidades abrangentes ou não? :V
IMOGA/MOGAI é um problema pela questão de alinhamento de gênero, e pela questão de ser em inglês. Se eu traduzisse, ficaria irreconhecível até para quem conhece MOGAI; se eu não traduzisse, iriam reclamar por ser uma terminologia em inglês. E, aqui, temos o problema de que "ideologia de fora" é vista como algo inaplicável no país, mesmo que seja algo tão simples como palavras que descrevem identidades sem nomear tais identidades {fora intersex(o), cuja tradução não é tão diferente da original}.
Portanto, eu fico com LGBTQIAPN+ mesmo.
Minha lógica é que a inclusão da letra Q é importante para que pessoas possam ter um lugar que não seja o + se nenhuma das identidades servir.
I e A são importantes porque as pessoas não subentendem essas identidades só com "LGBT+" (fora a possível exceção de agênero).
P e N são importantes para reconhecer o direito dessas comunidades não só de existirem, mas também de se denominarem separadamente das comunidades B e T, o que considero de extrema importância quando espaços "LGBT" em geral ou até trans especificamente são exorsexistas e/ou ignorantes pra cacete. P e N também são bônus pra dar chute na cara de quem usa "LGBTPN" e reclama do suposto exclusionismo de quem usa LGBTQIA+.
O caractere + é a parte mais importante, pois reconhece que essas não são todas as identidades inclusas, e que pessoas não precisam se encaixar em qualquer uma delas para fazer parte da comunidade.
Quanto a separatismo, acho que não leva a muita coisa. As comunidades estão frequentemente entrelaçadas. O que precisamos é de sensibilidade dentro da comunidade para que as pessoas consigam formar grupos e espaços mais inclusivos, e convivência com pessoas de várias identidades mais ajuda do que atrapalha, ainda que também sejam necessários espaços exclusivos para certas identidades ou intersecções.
Citação:Acho engraçado, que tratam “MOGAI hell” qualquer identidade criada na internet, sendo que estas pessoas estariam incluídas no marginalizadas, e este “alinhamento de gêneros” não entendi bem o conceito, parece que mescla muié cis.
Originalmente, a ideia era que fosse MOGII (Orientações e Identidades de Gênero Marginalizadas e Intersexo). A ideia de mudar para MOGAI é justamente para que mulheres cis + hétero + perissexo não fossem inclusas.
Esse "alinhamento de gênero" estava sendo utilizado de forma que o "alinhamento" seria entre o gênero designado de alguém e a identidade de gênero real de alguém. Ou seja, alguém designade mulher que seja gênero-fluido teria um "alinhamento marginalizado", porque seu gênero e seu gênero designado não estão sempre "alinhados". Mas uma mulher cis teria um "alinhamento centralizado", porque a sociedade espera que alguém que tenha sido designada como mulher seja mulher. É uma forma de dizer meio estranha, mas que buscava incluir qualquer pessoa que não se identifica com seu gênero designado.
Quanto ao comentário em si, é engraçado que consideram MOGAI algo que só inclui identidades "não LGBT de verdade". LGBT(QIAPN+) é só um conjunto de identidades diferentes cuja única coesão é sair das normas do que é esperado para cada gênero de alguma forma (espera-se que todes sejam mulheres ou homens; espera-se que todas as mulheres sintam atração frequente somente por homens e vice-versa; espera-se que todas as mulheres tenham vagina, ovários que produzem óvulos, XX, possibilidade de gravidez, seios visíveis, vozes finas, etc.; espera-se que todos os homens tenham pênis, testículos que produzem espermatozoides, vozes grossas, impossibilidade de menstruação ou de gravidez, XY, etc). A discussão aqui deveria ser o que conta como parte da norma, mas de qualquer forma é muito fácil abrir ou fechar para certos grupos.
Enquanto isso, MOGAI só diz que pessoas precisam ser marginalizadas (com a exceção de pessoas intersexo, já que "pessoas intersexo marginalizadas" é redundante). Ou seja, seria muito mais fácil argumentar "ok, mas homens não-binários que foram designados como homens e pessoas assexuais heterorromânticas não estão perdendo nada, então não são marginalizadas". Mas odeiam tanto a possibilidade de mudar suas noções ou de perder a visibilidade de suas letras que preferem inventar mentiras sobre o que MOGAI inclui - classificando filias como orientações no processo - e distorcer conceitos para que as "pessoas erradas" não sejam inclusas em uma sigla vaga e em constante mudança.
Citação:E ao justificarem straight como oposto de queer, viram que soa transfóbique.
Tem gente que usa Straight com S maiúsculo, para simbolizar uma posição de poder e não simplesmente uma orientação.
Citação:Outra que QUEER, tem sido apropriado por hets, em sentidos de: arte (queermuseu exemplo); orgulho louco (mad pride), artivistas neuro-d (neurodiversidade) e diverso funcionais; feministas às vezes; entre outras eventos que já vi criticarem.
Eu vejo queer sendo uma palavra utilizada no sentido de "estranhice" ocasionalmente, mas sempre que vejo "movimento queer", "cultura queer", "comunidade queer" ou "identidade queer", está sempre subentendido que estão falando de pessoas não-hétero e/ou não-cis, ainda que a inclusão de pessoas ipsogênero/poliamorosas/com fetiches varie de acordo com o conhecimento de cada ume.
Citação: Acho que seria mais inclusivo siglas mais genéricas como Queer ou MOGAI mesmo, pois engloba grande parte das pessoas da comunidade, além disso como comentei em um post anterior, acho interessante siglas que diferenciem sexualidades, de gênero, pois vemos cada vez mais as pessoas mesclando tudo e confundindo as coisas, siglas que contenham ambos (gênero e sexualidade) só contribuem para confusão geral do público mais leigo.
Uhhh... então você é a favor de comunidades abrangentes ou não? :V